Sentada na varanda da minha casa tentando ler Noite sem fim da Agatha Cristie,mas essa quentura não deixa,são 14:06 e parece que o sol vai queimar meu cérebro,por isso nem me atrevo a sair de casa a essa hora até o vento é quente e nem sequer chega ate mim por que a arvore de frente não deixa,já que não consigo ler o que resta é olhar quem passa na rua e imaginar qual a história delas e o que estão pensando.
Sou fascinada por enigmas,segredos,vontades contidas muitas vezes (na maioria delas) por causa da moral e da aculturação que recebem e muitas da hipocrisia.
Quem eu quero ver não passa...tomara que não passe,tenho o terrível defeito de gostar do que faz mal e nem sei como mudar isso,em frente minha casa tem um colégio de certa forma é meio monótono mas por outro é maravilhoso não ter vizinho na frente,vizinhas alcoviteiras que ficam na calçada com seus filhos fedidos com narizes escorrendo falando da vida alheia sem olhar as próprias vidas fracassadas e sem alegrias,sempre achando críticas sem sentido,a menina que tem namorado,namora demais,sai demais.Pra onde será que eles vão?O vizinho comprou um carro novo,como pode será que ele ta envolvido com alguma coisa ilegal (geeente,ele trabalha por isso conseguiu comprar um carro novo) coisas que elas não fazem,por não podem perder o maravilhoso espetaculo cotidiano da vida alheia.
E tem também os rapazinhos (que estagnaram no primário) que ficam olhando e chamando as meninas que passam encabuladas,e as garotas,coitadas tem a impressão que a rua não tem mais fim,enquanto elas vão apressadas quase correndo pro ponto de ônibus querendo que a rua acabe logo e as nossas queridas vizinhas alcoviteiras ficam especulando entre si pra onde as menininhas vão ou quem vão encontrar.
Eu respondo-Elas vão pra onde as vizinhas queriam poder ir'